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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Estaleiros de Viana têm contrato em risco e não afastam cenário de despedimentos

Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) poderão perder o contrato com a Hellenic Seaways, para a construção de dois ferries, orçados em cerca de 120 milhões de euros, por falta de financiamento do armador grego.

O cenário de despedimentos volta a pairar, na sequência do plano de viabilização que a administração da empresa de construção naval deverá apresentar até final do ano. A Comissão de Trabalhadores (CT) admitiu que, no futuro, os ENVC possam vir a trabalhar com apenas 500 dos actuais 764 trabalhadores.

A hipótese de redução do número de postos de trabalho foi colocada, ontem, pelo presidente do conselho de administração dos ENVC, Veiga Anjos, no final da cerimónia da assinatura da acta da entrada em vigor do contrato de aquisição, por uma filial da Petróleos da Venezuela SA, de dois navios asfalteiros, orçados em cerca de 130 milhões de euros.

Em declarações aos jornalistas, Veiga Anjos afirmou que "é prematuro" falar em despedimentos, mas adiantou que "nesta altura não pode assegurar a manutenção de todos os postos de trabalho".

A possibilidade de despedimentos também não foi descartada pelo coordenador da CT, António Barbosa.

"Em condições naturais, vamos chegar a um valor desses [500 trabalhadores]", sustentou, acrescentando que "não é amanhã nem depois de amanhã".

Os ENVC enfrentam actualmente uma grave crise financeira por falta de encomendas. Um problema que se poderá agravar se o contrato com a Hellenic Seaways não se concretizar. O armador grego deixou expirar em Setembro o prazo de financiamento. Sem acordo com a banca, a administração dos ENVC mantém as negociações para "retomar o dossier noutras bases contratuais".

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